E aí, como é que vai essa vida malvada? É bonita sim, mas é malvada também, isso é.
Como que vai?
Como??
Um sono me capota os olhos, mas um desejo que não me dorme o pulmão arfa arfa.
Ela chegou e achou tudo sem graça de mais. Tudo do que foi, eu digo, do que passou na noite. É ela quem diz, pensa assim. O que aconteceu não teve graça não, e desse jeito sai um pouco da graça do que virá. Do que se espera vir. Noite banal. Bar, conversa, porra nenhuma.
E depois fumou um cigarro pensando como é comum essa atitude e quantos sentimentos parecidos de gente, tanta gente, acontecem na hora do cigarro - tão intensos cada um, cada mundinho - e vem o cigarro nessa hora, uma necessidade comum. Gostou de compartilhar.
Quantas vidas são esse universo de sensação e cigarro.
São muitas.
Quanto sentimento cabe num peito isolado restringido exilado. só, sozinho.
Quantos exilados somos.
Bom dizer assim, ela pensou: somos.
Depois foi bater o ponto, em sonho, porque sonhou com a empresa onde trabalha e que irá no dia seguinte.
Quantos cigarros nas janelas das cidades, na vida, à noite.
Como fervilham as idéias isoladas. Como ferve uma cabeça só. Ferve. Como só.
19/08/2008
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Um comentário:
Eu sou só mais um cigarro sendo fumado do outro lado do computador, lendo os pensamentos da minha amiga e me identificando com cada letra.
Postar um comentário